Installation guide (Português)

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Status de tradução: Esse artigo é uma tradução de Installation guide. Data da última tradução: 2024-03-18. Você pode ajudar a sincronizar a tradução, se houver alterações na versão em inglês.

Este documento é um guia para instalação do Arch Linux usando o sistema live inicializado de uma mídia de instalação feita a partir da imagem de instalação oficial. A mídia de instalação fornece recursos de acessibilidade que são descritas na página Instalar Arch Linux com opções de acessibilidade. Para meios alternativos de instalação, consulte Category:Installation process (Português).

Antes de instalar, é recomendável ler rapidamente o FAQ. Para convenções usadas neste documento, veja Help:Leitura. Em especial, exemplos de código podem conter objetos reservados (formatados em italics) que devem ser substituídos manualmente.

Este guia é mantido conciso e é recomendado que você siga as instruções na ordem apresentada por seção. Para instruções mais detalhadas, veja os respectivos artigos ArchWiki ou as páginas man dos vários programas, ambos relacionados neste guia. Para uma ajuda interativa, o canal IRC e os fóruns também estão disponíveis.

Arch Linux deve funcionar em qualquer máquina compatível com x86_64 com um mínimo de 512 MiB de RAM, apesar de que mais memória é necessária para inicializar o sistema live para instalação[1]. Uma instalação básica deve ocupar menos de 2 GiB de espaço em disco. Como o processo de instalação precisa obter pacotes de repositório remoto, esse guia presume que uma conexão com a Internet esteja disponível.

Pré-instalação

Obter uma imagem de instalação

Visite a página Download e, dependendo de como você deseja inicializar, obtenha o arquivo ISO ou a imagem netboot, e a respectiva assinatura GnuPG.

Verificar a assinatura

É recomendável verificar a assinatura da imagem antes de usá-la, especialmente ao fazer o download de um espelho HTTP, no qual os downloads geralmente são propensos a serem interceptados para servir imagens maliciosas.

Em um sistema com GnuPG instalado, faça isso baixando a assinatura PGP da ISO (em Checksums na página de Download) para o diretório da ISO e verificando-a com:

$ gpg --keyserver-options auto-key-retrieve --verify archlinux-versão-x86_64.iso.sig

Alternativamente, de uma instalação existente de Arch Linux, execute:

$ pacman-key -v archlinux-versão-x86_64.iso.sig
Nota:
  • A assinatura em si pode ser manipulada se for baixada de um site espelho, ao invés de archlinux.org como acima. Nesse caso, certifique-se de que a chave pública, que é usada para decodificar a assinatura, seja assinada por outra chave confiável. O comando gpg produzirá a impressão digital da chave pública.
  • Outro método para verificar a autenticidade da assinatura é garantir que a impressão digital da chave pública seja idêntica à impressão digital da chave do desenvolvedor do Arch Linux que assinou o arquivo ISO. Veja Wikipedia:pt:Criptografia de chave pública para mais informações sobre o processo de chave pública para autenticar chaves.

Preparar uma mídia de instalação

A imagem de instalação pode ser fornecida à máquina de destino através de um unidade flash USB, um disco óptico ou uma rede com PXE: siga o artigo apropriado para preparar você mesmo um meio de instalação a partir da imagem escolhida.

Inicializar o ambiente live

Nota: As imagens de instalação do Arch Linux não oferecem suporte a Secure Boot. Você precisará desabilitar Secure Boot para inicializar a mídia de instalação. Se desejado, Secure Boot pode ser configurado após completar a instalação.
  1. Aponte o dispositivo de inicialização atual para aquele que possui a mídia de instalação do Arch Linux. Normalmente, isso é obtido pressionando uma tecla durante a fase POST, conforme indicado na tela inicial. Consulte o manual da sua placa-mãe para obter detalhes.
  2. Quando o menu do gerenciador de boot da mídia de instalação aparecer, selecione Arch Linux install medium e pressione Enter para entrar no ambiente de instalação.
    Dica:
    • A imagem de instalação usa GRUB para inicializar no modo UEFI e syslinux para inicializar em BIOS. Use e ou Tab, respectivamente, para inserir os parâmetros de inicialização. Veja README.bootparams para uma lista.
    • Um exemplo comum de parâmetro de inicialização definido manualmente seria o tamanho da fonte. Para melhor legibilidade em telas HiDPI, quando ainda não são reconhecidas como tal, usar fbcon=font:TER16x32 pode ajudar. Veja HiDPI#Linux console (tty) para uma explicação detalhada.
  3. Você será autenticado no primeiro console virtual como o usuário root e será apresentado um prompt de shell Zsh.

Para trocar para um console diferente — por exemplo, para ver este guia com Lynx junto com a instalação — use o atalho Alt+seta. Para editar arquivos de configuração, mcedit(1), nano e vim estão disponíveis. Veja pkglist.x86_64.txt para uma lista dos pacotes incluídos na mídia de instalação.

Definir o layout e fonte do teclado do console

O mapa de teclas de console padrão é US. Layouts disponíveis podem ser listados com:

# localectl list-keymaps

Para definir o layout de teclado, passe seu nome para loadkeys(1). Por exemplo, para definir um layout de teclado ABNT (brasileiro):

# loadkeys br-abnt2   

Ou para definir para um layout de teclado de português de Portugal:

# loadkeys pt-latin1 

Fontes de console estão localizadas em /usr/share/kbd/consolefonts/ e, de forma semelhante, podem ser definidas com setfont(8), omitindo caminho e extensão de arquivo. Por exemplo, para usar uma das maiores fontes adequadas para telas HiDPI, execute:

# setfont ter-132b

Definir o idioma do ambiente live

Nota: Isso se aplica apenas ao ambiente live. A definição do idioma do sistema instalado é explicado em #Localização

O ambiente live vem em inglês (locale en_US.UTF-8) por padrão, mas você pode alterá-lo para executar as etapas de instalação usando o idioma desejado.

Para português brasileiro, descomente pt_BR.UTF-8 UTF-8 e qualquer outro locale desejado em /etc/locale.gen e gere-os com:

 # locale-gen

Então, exporte a variável LANG acrescentando o idioma e codificação desejados. Por exemplo, para português brasileiro seria:

 # export LANG=pt_BR.UTF-8

Para português de Portugal, use pt_PT.UTF-8 UTF-8 em vez do "pt_BR".

Verificar o modo de inicialização

Para verificar o modo de inicialização, verifique o número de bits do UEFI:

# cat /sys/firmware/efi/fw_platform_size

Se o comando retornar 64, então o sistema foi inicializado no modo UEFI e tem um UEFI x64 de 64 bits. Se o comando retornar 32, então o sistema foi inicializado no modo UEFI e tem um UEFI IA32 de 32 bits; enquanto isso é suportado, vai limitar a escolha de gerenciador de boot para o systemd-boot. Se o arquivo não existir, o sistema pode ser inicializado no modo BIOS (ou CSM). Se o sistema não inicializou no modo que você queria (UEFI vs BIOS), consulte o manual da sua placa-mãe.

Conectar à internet

Para configurar uma conexão de rede no ambiente live, siga as etapas abaixo:

  • Certifique-se que sua interface de rede esteja listada e ativada, por exemplo, com ip-link(8):
    # ip link
  • Para rede sem fio e WWAN, certifique-se que a placa de rede não esteja bloqueada com rfkill.
  • Conecte-se à rede:
    • Ethernet — conecte o cabo.
    • Wi-Fi — autentique-se à rede sem fio usando iwctl.
    • Modem de internet móvel — conecte-se à rede móvel com o utilitário mmcli.
  • Configure sua conexão de rede:
  • A conexão pode ser verificada com ping:
    # ping archlinux.org
Nota: Na imagem de instalação, systemd-networkd, systemd-resolved, iwd e ModemManager estão pré-configurados e habilitados por padrão. Este não será o caso para o sistema instalado.

Atualizar o relógio do sistema

No ambiente live, systemd-timesyncd está habilitado por padrão e o horário será sincronizado automaticamente assim que a conexão com a Internet for estabelecida.

Use timedatectl(1) para garantir que o relógio do sistema está certo:

# timedatectl

Partição dos discos

Quando reconhecido pelo sistema live, discos são atribuídos a um dispositivo de bloco tal como /dev/sda, /dev/nvme0n1 ou /dev/mmcblk0. Para identificar esses dispositivos, use lsblk ou fdisk.

# fdisk -l

Resultados terminando em rom, loop ou airootfs podem ser ignorados. Dispositivos mmcblk* terminando em rpbm, boot0 e boot1 também podem ser ignorados.

Dica: Certifique-se que suas unidades NVMe e unidades de disco rígido Advanced Format estão usando o tamanho ótimo de setor lógico antes de particioná-las.

As seguintes partições são exigidas para um dispositivo escolhido:

Se você quiser criar algum dispositivo de bloco empilhado para LVM, criptografia de sistema ou RAID, faça isso agora.

Use fdisk ou parted para modificar tabelas de partição. Por exemplo:

# fdisk /dev/o_disco_a_ser_particionado
Nota:

Exemplos de layouts

UEFI com GPT
Ponto de montagem Partição Tipo de partição Tamanho sugerido
/mnt/boot1 /dev/partição_de_sistema_efi Partição de sistema EFI 1 GiB
[SWAP] /dev/partição_swap Linux swap Pelo menos 4 GiB
/mnt /dev/partição_raiz Linux x86-64 root (/) Restante do dispositivo. Pelo menos 23-32 GiB.
  1. Outros pontos de montagem, como /mnt/efi, são possíveis, desde que o gerenciador de boot usado seja capaz de carregar as imagens do kernel e do initramfs da raiz volume. Veja o aviso em Processo de inicialização do Arch#Gerenciador de boot.
BIOS com MBR
Ponto de montagem Partição Tipo de partição Tamanho sugerido
[SWAP] /dev/partição_swap Linux swap Pelo menos 4 GiB
/mnt /dev/partição_raiz Linux Restante do dispositivo. Pelo menos 23-32 GiB.

Veja também Particionamento#Exemplos de leiaute.

Formatar as partições

Assim que as partições tenham sido criadas, cada uma deve ser formatada com um sistema de arquivos adequado. Veja Sistemas de arquivos#Criar um sistema de arquivos para detalhes.

Por exemplo, se a partição raiz está em /dev/sdX1 e receberá o sistema de arquivos Ext4, execute:

# mkfs.ext4 /dev/partição_raiz

Se você criou uma partição para swap (por exemplo, /dev/sda3), inicialize-a com mkswap(8):

# mkswap /dev/partição_swap
Nota: Para dispositivos de bloco empilhados, substitua /dev/*_partição pelo caminho do dispositivo de bloco apropriado.

Se você criou uma partição de sistema EFI, formate-o para FAT32 usando mkfs.fat(8).

Atenção: Formate a partição de sistema EFI apenas se você a criou durante a etapa de particionamento. Se já havia uma partição de sistema EFI no disco anteriormente, reformatá-la pode destruir os carregadores de inicialização de outros sistemas operacionais instalados.
# mkfs.fat -F 32 /dev/partição_de_sistema_efi

Montar os sistemas de arquivos

Monte o volume raiz em /mnt. Por exemplo, se o volume raiz for /dev/partição_raiz:

# mount /dev/partição_raiz /mnt

Crie quaisquer pontos de montagem restantes (tal como /mnt/boot) e monte os volumes na ordem hierárquica correspondente.

Dica: Execute mount(8) com a opção --mkdir para criar o ponto de montagem especificado. Alternativamente, crie-o usando mkdir(1) anteriormente.

Para sistemas UEFI, monte a partição de sistema EFI:

# mount --mkdir /dev/partição_de_sistema_efi /mnt/boot

Se você criou uma volume swap, habilite-o com swapon(8):

# swapon /dev/partição_swap

genfstab(8) vai detectar os sistemas de arquivos montados e espaços swap.

Instalação

Selecionar os espelhos

Pacotes a serem instalados devem ser baixados de espelhos (mirrors), que são definidos na /etc/pacman.d/mirrorlist. No sistema live, após se conectar À internet, o reflector atualizar a lista de espelhos escolhendo 20 espelhos HTTPS sincronizados mais recentemente e ordenando-os por taxa de download.

Quanto mais alto um espelho está posicionado na lista, mais prioritário ele será ao baixar um pacote. Você pode querer inspecionar o arquivo para ver se ele está satisfatório. Se não estiver, edite o arquivo e mova espelhos geograficamente mais perto para o topo da lista, apesar de que outros critérios devem ser levados em consideração.

Esse arquivo será posteriormente copiado para o novo sistema por pacstrap, então é melhor fazer direito.

Instalar os pacotes essenciais

Nota: Nenhum software ou configuração (exceto para /etc/pacman.d/mirrorlist) é levado do ambiente live para o sistema instalado.

Use o script pacstrap(8) para instalar o pacote base, um kernel Linux e um firmware para hardwares comuns:

# pacstrap -K /mnt base linux linux-firmware
Dica:
  • Você pode substituir linux pelo pacote de kernel de sua escolha, ou você poderia omiti-lo completamente quando estiver instalando em um contêiner.
  • Você poderia omitir a instalação do pacote de firmware quando estiver instalando em uma máquina virtual ou contêiner.

O pacote base não inclui todas as ferramentas da instalação live. Então a instalação de mais pacotes pode ser necessário para um sistema base completamente funcional. Para instalar outros pacotes ou grupos de pacotes, acrescente os nomes ao comando pacstrap acima (separados por espaço) ou use o pacman para instalar eles enquanto estiver em chroot no novo sistema. Em especial, considere instalar:

Para uma comparação, pacotes disponíveis no sistema live podem ser encontrados em pkglist.x86_64.txt.

Configurar o sistema

Fstab

Gere um arquivo fstab (use -U ou -L para definir por UUID ou rótulos, respectivamente):

# genfstab -U /mnt >> /mnt/etc/fstab

Verifique o arquivo /mnt/etc/fstab resultante e edite-o caso haja erros.

Chroot

Mude a raiz para novo sistema:

# arch-chroot /mnt

Horário

Defina o fuso horário:

# ln -sf /usr/share/zoneinfo/Região/Cidade /etc/localtime

Por exemplo, para definir para o fuso horário de Brasília (BRT ou BRST), execute:

# ln -sf /usr/share/zoneinfo/America/Sao_Paulo /etc/localtime

Execute hwclock(8) para gerar /etc/adjtime:

# hwclock --systohc

Esse comando presume que o relógio de hardware está definido para UTC. Veja System time#Time standard para mais detalhes.

Para evitar desvios do relógio e garantir a hora precisa, configure a sincronização de horário usando um cliente de Network Time Protocol (NTP), como systemd-timesyncd.

Localização

Edite /etc/locale.gen e descomente pt_BR.UTF-8 UTF-8 e qualquer outros locales UTF-8 necessário. Gere os locales executando:

# locale-gen

Crie o arquivo locale.conf(5) e defina a variável LANG adequadamente:

/etc/locale.conf
LANG=pt_BR.UTF-8

Se você definir o layout do teclado do console, torne as alterações persistentes em vconsole.conf(5):

/etc/vconsole.conf
KEYMAP=br-abnt2

Configuração de rede

Crie o arquivo hostname:

/etc/hostname
seuhostname

Conclua a configuração de rede para o ambiente recém-instalado. Isso pode incluir a instalação de um software gerenciador de rede adequado, configurando-o se necessário e habilitando sua unidade systemd para que ela seja iniciada na inicialização.

Initramfs

A criação de novo initramfs geralmente não é necessário porque mkinitcpio foi executado na instalação do pacote de kernel com pacstrap.

Para LVM, criptografia de sistema ou RAID, modifique o mkinitcpio.conf(5) e recrie a imagem initramfs:

# mkinitcpio -P

Senha do root

Defina a senha do root (também conhecido como "superusuário"):

# passwd

Gerenciador de boot

Escolha e instale um gerenciador de boot compatível com Linux. Se você tiver um CPU Intel ou AMD, habilite atualizações de microcódigo também.

Reiniciar

Saia de ambiente chroot digitando exit ou pressionando Ctrl+D.

Opcionalmente, desmonte todas as partições com umount -R /mnt: isso permite noticiar quaisquer partições "ocupadas" e localizar a causa com o fuser(1).

Finalmente, reinicie a máquina digitando reboot: quaisquer partições que ainda estejam montadas serão desmontadas automaticamente por systemd. Lembre-se de remover a mídia de instalação e, então, se autenticando no novo sistema com a conta de root.

Pós-instalação

Veja Recomendações gerais por instruções de gerenciamento de sistema e tutoriais pós-instalação (como a criação de contas de usuário sem privilégios de superusuário, instalar uma interface gráfica de usuário, som ou um touchpad).

Para uma lista de aplicativos que podem ser de seu interesse, veja Lista de aplicativos.